"Oi, Milene.
Meu nome é Giovanna e sou mãe do Bento.
Ele até comeu bem durante um tempo... Aceitava tudo que eu dava.
Mas já tinha mais de 1 ano que ele estava dando muito trabalho para comer.
E eu já tinha feito de TUDO que você imaginar Milene...
Eu ofereci prêmios se ele comesse, eu ameacei deixar de castigo, deixei com fome, dei o celular para ele distrair, forcei ele a comer, briguei, pedi a Deus...
NADA.
Nada disso fazia ele comer melhor.
Eu cheguei a levar ele em pediatras e nas primeiras vezes eles me falavam sempre a mesma coisa: “É uma fase, vai passar!”
Mas, como eu imaginava, não era uma fase. E cada dia que passava a situação parecia piorar mais e mais.
Ele trancava a boca, fazia pirraça, chorava, cuspia... Parecia que a comida machucava ele.
E no final era sempre a mesma coisa. Não comia quase nada e eu me sentia frustrada, derrotada e desesperada por ver meu filho rejeitar tudo que eu colocava no prato dele.
Eu pensava: O que vai acontecer com a saúde dele se continuar assim?"
"Comecei a comprar tudo que via na frente para tirar esse peso da minha consciência
De engrossantes de mamadeiras até remédios para abrir o apetite... Eu fiz de tudo para que ele pelo menos estivesse de barriga cheia.
Mas foi em um almoço de família que meu chão caiu e eu decidi que precisava fazer algo para acabar com esse problema desde a raiz...
Eu e meu marido fomos na casa da mãe dele (minha sogra) para almoçarmos.
Nessa época nosso casamento estava meio abalado justamente por causa desse problema na alimentação do Bento. Meu marido achava que nosso filho devia que comer o que quisesse...
Ele falava assim: “Eu cresci comendo assim e to vivo até hoje”
(Está vivo mas tem pressão alta, está com sobrepeso e princípio de diabetes.... Não queria isso pro Bento.)"
"Toda vez que saíamos para almoçar fora eu já sentia um calafrio... O Bento não comia nada, fazia um show e todo mundo ficava olhando para mim como se eu fosse a culpada.
Nesse domingo na casa da minha sogra eu já imaginei que não seria diferente.
Ainda mais que a minha sogra não perdia a oportunidade dar palpite na alimentação do meu filho, sempre me alfinetando e me tratando como uma péssima mãe e esposa.
Eu coloquei o mínimo possível no pratinho do Bento pra que eu não precisasse forçar tanto.
E logo que eu coloquei minha sogra já falou: “Só isso? Por isso que esse menino tá magro assim!”"
"Sentamos à mesa e eu comecei a tentar dar comida para ele, mas ele rejeitou quase tudo. Comeu uma colher de arroz e não quis mais nada.
Quando eu comecei a insistir ele já abriu a boca para chorar.
Ia começar tuuuudo de novo... e para evitar qualquer transtorno eu não insisti muito
Mas meu marido quis insistir mais um pouco para fazê-lo comer e o Bento foi ficando cada vez mais nervoso.
Até que, sem avisar, o Bento deu um tapa no prato, derrubando toda a comida no chão.
Nesse momento minha sogra bateu a mão na mesa e deu um berro:
“ISSO É FALTA DE LIMITE! FALTA DE PULSO FIRME DA MÃE. NA MINHA ÉPOCA, SE NÃO COMESSE A CORREIA COMIA!”"
"O bento parou de chorar e ficou muito assustado. Eu fiquei sem reação...
Peguei minhas coisas sem falar nada, deixei o Bento com o pai e fui pra casa.
No caminho eu chorava muito, de soluçar. E só conseguia pensar que realmente a culpa era minha...
Quando meu marido chegou em casa com o Bento ele me consolou e falou que nós íamos achar uma solução juntos.
Eu estava decidida a acabar com a angústia de ver meu filho rejeitar tudo que eu preparei com carinho.
Procurei a solução em todos os cantos que você imaginar e depois de alguns dias procurando achei você, Milene.
Li uma matéria sua na internet, onde você falava sobre o Ciclo da Recusa e ensinava como Alfabetizar o Paladar de uma criança seletiva.
Eu me empenhei em aplicar tudo que você falou naquela matéria. A cada dia o Bento ia dando sinais de melhora.
Mas ele realmente começou a aceitar novos alimentos depois de 7 dias."
"Por dentro eu dava pulos de alegria, me sentia a melhor mãe do mundo por ter conseguido.
A mesa de refeições não era mais um pesadelo, era um momento de paz e conversa em família.
Mas ainda faltava a prova de fogo.
Novamente fomos convidados a almoçar na casa da minha sogra, mas dessa vez eu sabia que seria diferente. Eu estava confiante e sabia como agir em cada situação.
Quando eu coloquei o prato do Bento, minha sogra até torceu o nariz.
O prato tinha de tudo, era colorido e tinha uma quantidade boa de comida.
No início ele até rejeitou algumas coisinhas, mas com o que me ensinou na Alfabetização do Paladar, eu consegui contornar e ele foi comendo...
Foi comendo e gostando...
E você precisava ver a cara da minha sogra quando o Bento deu a última colherada!
Ela não acreditava! E para falar a verdade, nem eu acreditei...
Como alguns ajustes puderam fazer tanta diferença na nossa vida e na alimentação do Bento em tão pouco tempo (cerca de 7 dias)"
"Ao final do almoço minha sogra me chamou no canto da sala e chorando ela me abraçou pedindo desculpas pelo que tinha falado antes.
E Milene, hoje eu te escrevo esse e-mail simplesmente para agradecer.
Você não tem noção do quanto mudou nossa vida aqui em casa e principalmente a vida do meu filho.
Por favor, continue fazendo o que faz, não pare por nada de ajudar outras mães.
Todas as mães merecem saber o que você me ensinou naquela matéria.
Muito Obrigada!
Giovanna Silveira"